*
Constantino e as transformações do
Império Romano no século IV
Constantine and the transformations of the Roman Empire in the Fourth Century
rhaa 11, segundo as suas conveniências, membros da sua família,
Cláudio Umpierre Carlan
28
Depois da morte de Galério em 311, quatro imperadores
disputam o poder: Constantino, Maximino Daia, Maxêncio e Licínio.
A guerra entre eles torna-se inevitável. Licínio e Maximino
se enfrentavam no Oriente, enquanto Constantino e Maxêncio, no
Ocidente. Em um primeiro momento, Licínio e Maximino fizeram
um acordo. Em 313, Licínio casa-se com a meia-irmã de Constantino,
Flávia Júlia Constantina, com quem teve um filho, Licínio II.
Por razões políticas, volta-se contra Maximino Daia, derrotando-o
no mesmo ano. Maximino foi condenado à morte. Desse modo, o
Oriente voltou a ter um único senhor.
Com a derrota e morte de Maxêncio em 312, na ponte Mílvia,
uma nova aliança é estabelecida entre Constantino e Licínio.
Após alguns enfrentamentos iniciais, firmaram a paz em Sérdica,
no ano de 317. Durante esse período, ambos nomearam novos
césares
independentemente da idade.
O próprio Senado Romano, por causa do aumento dos impostos,
pediu a Constantino que invadisse Roma, expulsando Maxêncio.
Essa passagem foi ricamente descrita por Eusébio de Cesareia e
Lactâncio. Na realidade, o exército de Constantino era bem inferior
ao de Maxêncio, mas, como comandante militar, Constantino era
superior ao rival. Napoleão Bonaparte, imperador francês, já dizia
no século XIX: “é melhor um exército de coelhos comandados por
um leão, do que um exército de leões comandados por um coelho”.
Em 313, já como senhor do Ocidente, Constantino assina o Edito
de Milão, com Licínio, senhor do Oriente.
Reunidos em Milão, em 313, Constantino e Licínio assinam
o Edito de Milão. Em resumo, o documento declarava que o Império
Romano seria neutro em relação ao credo religioso, acabando
oficialmente com toda perseguição sancionada oficialmente, especialmente
ao Cristianismo. A aplicação do Edito fez devolver os
lugares de culto e as propriedades que tinham sido confiscadas dos
cristãos e vendidas em praça pública. O Edito deu ao Cristianismo
(e a todas as outras religiões) o estatuto de legitimidade, comparável
com o paganismo e, com efeito, desestabeleceu o paganismo como
a religião oficial do Império Romano e dos seus exércitos.
Na tentativa de consolidar a totalidade do Império Romano
sob o seu domínio, Licínio em breve armou seu exército contra
Constantino I. Como parte do seu esforço de ganhar a lealdade
dos seus soldados, Licínio dispensou o exército e o serviço civil da
política de tolerância do Edito de Milão, permitindo-lhes a expulsão
dos cristãos. Em resumo, Licínio torna-se um perseguidor. Depois de
novos enfrentamentos, em 324, Constantino reunifica o império.