Alta Idade Média

Merovíngios

Carlos Martel venceu os Árabes em Poitiers.

O Reino de Clóvis foi dividido, após a sua morte, entre seus quatro filhos, de acordo com o costume. Isso levou a vários séculos de conflitos civis e lutas entre os herdeiros que reivindicavam o trono. Na época, reis da Nêustria e da Austrásia combateram-se sem piedade, enquanto crescia o poder de seus súditos, cujos chefes se tornaram mordomos de palácio (ou prefeito do palácio) e reduziram pouco a pouco os soberanos merovíngios (descendentes de Clóvis) ao papel de reis indolentes. Pelo fim do século VII, os reis merovíngios eram governantes apenas de nome. Nessa época, um mordomo do palácio (o governante por trás do trono), Pepino de Herstal, mostrando-se superior a seus rivais, estendeu com êxito sua autoridade sobre os ducados francos da Nêustria e da Borgonha. No começo do século VIII, Carlos Martel tornou-se prefeito (ou mordomo) do palácio. Ele converteu os francos em uma força cavaleira e lutou tão bem que seus inimigos lhe deram a alcunha de Carlos, o Martelo. Em 732, a cavalaria dos francos derrotou os invasores muçulmanos vindos do norte da Espanha na Batalha de Poitiers, brecando definitivamente o avanço do Islã do sudoeste.

[editar] Os Carolíngios

Carlos Magno.

O filho de Carlos Martel, Pepino, o Breve, foi feito rei dos francos pelo Papa, em retorno da ajuda para defender os italianos dos lombardos e da doação de territórios à Igreja, territórios esses que formariam o "Patrimônio de São Pedro", dando poderes também temporais ao papa. Pepino fundou a dinastia dos Carolíngios, e o maior governante dessa dinastia foi Carlos Magno, que reinou de 768 até 814. Carlos Magno, coroado imperador do Ocidente, em Roma, pelo Papa no ano 800, foi um soberano enérgico, protetor das letras, e submeteu os saxões, ávaros e lombardos. Ele expandiu o Reino Franco em um império que foi responsável pelo renascimento da cultura e conhecimento no Oeste. Mas seu vasto império, cuja coesão já se via ameaçada no reinado do seu filho Luís, o Piedoso (Ludovico Pio). Luís decretou em 817 que seu filho mais velho, Lotário I, herdaria o Império e que seus três filhos mais jovens, Pepino de Aquitânia, Luís II, o Germânico, e Carlos, o Calvo, teriam reinos a ele subordinados. A divisão deu lugar a uma série de conflitos que só foram resolvidos em 843, com o Tratado de Verdun. A parte a oeste do Escalda, do Mosa e do Ródano (Francia Occidentalis) viria a ser a França. Carlos II, o Calvo, que a herdou, teve dificuldade em submeter os condes e proteger o império contra as incursões escandinavas. Posteriormente, os vários reinos transformaram-se em duas grandes partes.

Os reis posteriores gradualmente perderam o controle da França. O poder central estava ameaçado por guerras civis, conflitos fronteiriços e incursões vikings. O regime feudal impôs-se pela necessidade de defesa comum. Só era possível levantar dinheiro e soldados fazendo concessões aos donos de terras. Os feudos tornaram-se hereditários e seus donos transformaram-se em Senhores Feudais em relação à seus próprios vassalos. Pelo século X, a França estava dividida em domínios feudais, que agiam como Estados independentes. Na desordem desse século, os descendentes do conde Eudes, defensor de Paris (888-898), pouco a pouco levaram vantagem sobre os fracos soberanos da dinastia carolíngia.

A desunião dos francos facilitou as incursões dos vikings que, em 911 e sob o comando de Rollon, obtiveram de Carlos III, o Simples, o território do curso inferior do Sena, que recebeu o nome de Normandia.